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INTERNET DAS COISAS

Escrito por Fábio Silva | 17/11/2017 02:00:00

Tudo que você precisa saber para potencializar negócios em um mundo onde todas as coisas serão conectadas à web

Introdução

A Internet das Coisas (Internet of Things — IoT) está se tornando cada vez mais recorrente entre as empresas de todo o mundo. Trata-se de um conceito que não só tem o potencial de afetar o modo como vivemos, mas também a forma como trabalhamos.
E o que exatamente é a Internet das Coisas e qual é seu impacto sobre os negócios? De acordo com o Gartner, ela movimentou cerca de 7 milhões de dólares no mundo corporativo somente em 2016.

Há uma série de complexidades em torno deste tema. E é justamente para torná-lo mais tátil que preparamos este artigo.  Você verá, a seguir, como a IoT está ganhando força no Brasil e no mundo e quais as principais tendências que estão sendo vislumbradas por diversos especialistas. Além disso, também refletirá sobre os meios de aproveitá-la em seu negócio. Boa leitura!

O que é Internet das Coisas?

A internet de banda larga tornou-se amplamente disponível. Hoje o custo de conexão está diminuindo, mais dispositivos estão sendo criados com capacidades e sensores wi-fi embutidos, as despesas com tecnologia estão sendo significativamente reduzidas e o uso de smartphones e tablets é cada vez maior. Tudo isso está criando um cenário perfeito para a Internet das Coisas.

O que é, afinal, a tão falada Internet das Coisas? Simplificando, é o conceito de basicamente conectar qualquer dispositivo à internet. Isso inclui desde telefones celulares, máquinas de café, máquinas de lavar, fones de ouvido, lâmpadas, dispositivos portáteis e quase qualquer outra coisa que você pode pensar.

A Internet das Coisas também se aplica aos componentes de máquinas, por exemplo, um motor de jato de um avião ou a uma plataforma petrolífera. De acordo com o  Gartner, até 2020 haverá mais de 26 bilhões de dispositivos conectados. Teremos um mundo de conexões.

Assim, em poucas palavras, podemos dizer que a Internet das Coisas é como uma rede gigante coisas (e até de pessoas) interligadas.

O impacto nos negócios

Tudo depende da natureza da indústria. Os processos produtivos são talvez os que estão mais à frente em termos de Internet das Coisas, sendo útil para organizar ferramentas, máquinas e pessoas, fazer rastreamento e tornar mais inteligentes as operações. O agronegócio também têm utilizado sensores conectados para monitorar as culturas de vegetais e a criação de animais, na esperança de aumentar a produção, conseguir mais eficiência e acompanhar a saúde dos rebanhos, entre outras vantagens.

Os exemplos são infinitos e o que inúmeros especialistas preveem é que os dispositivos conectados provavelmente vão permear a maioria das empresas.

Quando os ganhos de eficiência são com ferramentas ou plantas, é fácil apreciar o benefício potencial, mas quando se trata de trabalhadores de escritório que estão sendo pressionados por mais produtividade, a Internet das Coisas poderia assumir um papel indesejado: imagine o seu cartão de acesso de segurança sendo usado para rastrear onde você está no edifício, para que o seu gestor possa saber quanto tempo você está gastando no cafezinho. Eis uma das polêmicas que a IoT traz: o controle sobre as pessoas, se não houvesse movimentos legislativos a este respeito, poderia se tornar mais intenso e até invasivo.

Por outro lado, com mais inteligência e conectividade, as empresas podem perceber onde estão seus gargalos, fazer análises mais profundas nos dados gerados internamente e também conhecer melhor o comportamento de seus clientes e da concorrência.

O que se sabe é que o setor financeiro já tem investido muito dinheiro e tempo de pesquisa em torno da Internet das Coisas. De acordo com a Harbor Research, 65% dos aplicativos de IoT em produção hoje são destinados a este segmento do mercado, podendo chegar a 80% em 2018. Há uma verdadeira corrida pelo desenvolvimento de aplicativos que facilitem o pagamento via dispositivos móveis, tornem as transações mais ágeis e seguras e, sobretudo, ofereçam às empresas insights mais valiosos a cerca dos hábitos de consumo de seus públicos-alvo.  

Um levantamento feito pela McKinsey estima que em 2025 a Internet das Coisas vai movimentar em todo o mundo mais de 11 trilhões de dólares, especialmente em negócios B2B (empresas que vendem para outras empresas). Entre os diversos apontamentos da consultoria está a automatização dos processos no varejo, que deve se tornar ainda mais inteligente à medida que os consumidores se habituam a fazer compras via web e a utilizar aplicativos diversos para esse fim.

Internet das Coisas no Brasil

Em relação ao Brasil, uma pesquisa da IDC realizada com os decisores em 150 organizações no País, em 2015, sugere que 93% das empresas já estabeleceram políticas de inovação, mas apenas 7% têm projetos envolvendo Internet das Coisas.

Apenas 23% dos executivos que responderam ao levantamento se disseram familiarizados com o conceito. Ainda assim, de acordo com a IDC, o mercado brasileiro de Internet das Coisas já gera 3 bilhões de dólares ao ano, fornecendo oportunidades para a implementação da tecnologia principalmente em manufatura, varejo, logística e governo. Os empecilhos, além do pouco conhecimento das potencialidades destas tecnologias, seriam a ainda tímida regulação (legislação pouco clara ou omissa) e a alta complexidade fiscal e tributária do País.

Mesmo assim, há progressos. Algumas empresas já anunciam grandes projetos. A Ericsson anunciou uma parceria de pesquisa no desenvolvimento de produtos e serviços da Internet das Coisas e 5G com a América Móvil no Brasil. Nokia Networks e a Portugal Telecom também já sinalizaram a criação de uma parceria no desenvolvimento de projetos de IoT no Brasil.

Em 2014, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) organizou o Seminário Internacional ‘Internet das coisas: Oportunidades e Perspectivas para o Brasil na Nova Revolução Digital’. Nascia aí um dos primeiros movimentos governamentais neste sentido.

O evento recebeu especialistas de vários países, executivos nacionais e internacionais de alto nível e representantes do governo brasileiro, da comunidade europeia e de Taiwan. O objetivo do encontro foi promover a troca de experiências e visões sobre o futuro da questão, que é uma das tendências mais importantes do século 21. Entre as resoluções, chegou-se a conclusão de que o País deve correr para cobrir ao menos 95% de seu território gigantesco com fibra ótica, investir em redes e potencializar a educação em torno das novas tendências tecnológicas, sobretudo no âmbito digital.

Oportunidades no Brasil e para o seu negócio

Em maio de 2016, o Governo Federal lançou, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, a Plataforma IoT — Estrutura Aberta de Tecnologias para Internet das Coisas e suas Aplicações, que contará com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e será desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

A estimativa é desenvolver tecnologias – agrupadas pelos termos Internet das Coisas e comunicação Máquina a Máquina (M2M) – destinadas a aplicações em Cidades Inteligentes, com foco em segurança pública, mobilidade urbana, saúde e educação, dentre outros segmentos.

Mas há também iniciativas privadas no âmbito da IoT. E elas buscam colocar as empresas no eixo mundial da transformação digital para aproveitar ao máximo oportunidades inovadoras de interação com os clientes, otimização dos ciclos de negócios e redução de custos operacionais.

Entre as principais oportunidades da conexão dos mais variados artefatos, podemos destacar as seguintes:

Automação de equipamentos

Máquinas nas indústrias, eletrodomésticos, móveis, imóveis. Com as combinações tecnológicas da IoT, a automação pode fazer com que diversos tipos de equipamentos tenham desempenhos mais inteligentes. Sem a intervenção humana, estes produtos podem, por exemplo, operar, fazer paradas estratégicas e informar a necessidade de manutenções de forma segura e autônoma.

Melhorias na experiência do usuário

A transformação digital trouxe para as mãos das pessoas comuns as mais variadas formas de comunicação online. E agora, as empresas estão disputando a atenção de consumidores, amplamente conectados, e que têm a seu dispôr uma gama muito grande opções (a concorrência é global).

Para se ter uma ideia: produtos, embalagens e brindes, se conectados à web podem tornar a experiência destes novos consumidores mais inovadora e interessante. E assim, as empresas fornecedoras podem captar dados para entender o comportamento de seus consumidores e obter insights para criar ofertas e serviços mais aderentes ao mercado.

Melhorias da eficiência operacional

A Internet das Coisas utiliza dados em tempo real a partir de sensores para monitorar e melhorar a eficiência dos processos, reduzir os custos de intervenção e de energia humana. Todos os dados obtidos podem ser utilizados para minimizar o tempo de inatividade devido à manutenção, de inventário, bem como o tempo de entrega de produtos ao mercado.

Proteção e segurança de pessoas e do patrimônio

Além de resolver as situações mais rapidamente em coordenação com várias equipes, a Internet das Coisas permite que as empresas melhorem a segurança no trabalho e proteção contra ameaças físicas usando sensores e câmeras de vídeo, entre outros objetos conectados.

Rapidez na tomada de decisão

As organizações podem usar as informações operacionais em tempo real para tomar decisões de negócios com mais agilidade e assertividade, reduzindo custos operacionais. A Internet das Coisas ajuda a distribuir inteligência e priorizar todas as decisões de negócios.

Como explorar o potencial da IoT na sua empresa

Depois de entender o conceito, saber quais são as projeções que as principais consultorias tecnológicas do mundo fazem para a Internet das Coisas, é chegada a hora de conversarmos sobre como você pode utilizar este conceito tecnológico no seu negócio.

Veja, a seguir, algumas coisas que você pode fazer a partir da criação de conexão nos mais diversos objetos e também da utilização de soluções que o mercado já vem oferecendo.

Comece entendendo seus processos  

Antes de se aventurar em um projeto de IoT, você deve entender os procedimentos para conseguir identificar onde as informações em tempo real podem ser úteis ou eficientes dentro do seu negócio.

Você verá que alguns processos poderão continuar vivendo tranquilamente sem a Internet das Coisas. Em seguida, verifique o que pode ser inserido no seu negócio para torná-lo mais inteligente, captar e analisar mais dados com mais rapidez e eficiência.

Busque benefícios reais

Depois de compreender por completo seus processos, você será capaz de determinar quais os procedimentos de seu negócio poderão obter benefícios ao coletar e analisar dados em tempo real. Seria o caso de utilizar sensores para ter as informações? Qual tecnologia será aplicada? Faça-se algumas perguntas-chave para seguir adiante.

Encontre soluções tecnológicas e fornecedores de inteligência

Os dados não serão mais analisados somente pelo seu time de TI. Há no mercado inúmeros softwares com capacidade para lidar com volumes exponenciais de informações. Daí a importância de encontrar empresas fornecedoras de tecnologia e inteligência em IoT. Mas, lembre-se: é preciso ir além da coleta dos dados. Você precisa pensar na estratégia por trás deste movimento.

Insira a IoT na cultura da sua empresa

Ao traçar uma estratégia de Internet das Coisas, você estará fazendo uma profunda movimentação na cultura organizacional. É preciso que todas as pessoas estejam ambientadas com isso, pois sem a adesão dos profissionais fica difícil tomar decisões baseadas  na análise de dados coletados por meio de objetos conectados.

Conclusão

A realidade é que a Internet das Coisas permite virtualmente infinitas oportunidades e conexões, muitas das quais não podemos sequer pensar ou totalmente compreender o impacto hoje. Não é difícil ver como e porque a IoT é um tópico tão falado atualmente, o conceito abre portas para uma série de oportunidades.

A segurança da informação é um grande desafio deste movimento tecnológico. Com bilhões de dispositivos que estão sendo ligados entre si, o que as empresas podem fazer para se certificar de que suas informação permanecem seguras? Será que alguém vai ser capaz de interceptar a conexão das máquinas da fábrica e, assim, obter acesso a toda a sua rede? Eis a importância de buscar ajuda profissional antes de iniciar qualquer projeto de IoT.

O que podemos concluir depois deste mergulho neste mundo de infinitas possibilidades trazidas pela Internet das Coisas é que as empresas que se movimentarem para desvendá-la e explorá-la tendem a sair na frente e absorver mais rapidamente suas vantagens.